quarta-feira, dezembro 27, 2006

Vento no Rosto

À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.

As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.

Silêncios,perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.

Apetece acreditar,
ter esperanças,confiar,
amar a tudo e a todos.

António Gedeão

(nota: agradecimento especial à Opti)

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