Oi saúde pa' Nancy Vieira

Foram momentos de beleza e de emoção musical que Nancy Vieira trouxe a S. João da Madeira.
A sua composição vive dos ritmos contagiantes de África, de Cabo Verde: morna, coladeira, funaná. Mistura, também, num resultado que só podia dar certo, alguns ritmos da América do Sul, do Brasil e do Peru.
Nancy Vieira dá bastante valor às suas raízes, ao seu país natal, Cabo Verde. É um lugar onde há miséria extrema e que subsiste a partir da agricultura. A chuva, que sempre demora a vir, é quem traz a alegria e mata a fome ao povo.
Mas Nancy diz-nos com orgulho que apesar dessa estranha forma de vida, a gente de Cabo Verde faz boa música (excelente), que toca, que canta e que dança de um jeito próprio. No fundo, que sabe ser feliz.
Quando ia a entrar no terceiro tema, Nancy revelou que o concerto esteve para ser cancelado por causa de uma gripe da cantora, ainda por curar. Mas fez questão de vir e de honrar o compromisso assumido. Uma atitude que mostrou uma humildade e um profissionalismo que teve imediata empatia e solidariedade do público.
O ponto alto deste concerto foi quando o público, respondendo a um desafio da cantora, ajudou à música com um coro, sumária e previamente ensaiado. Era um tema popular que, segundo Nancy explicou, costuma ser cantado nos casamentos em Caboverde. A letra consistia em mandar saúde para cada um, enquanto o coro vai respondendo com um cântico.
O certo é que o público participou e o espectáculo correu bastante bem, No final a artista confessou: - Não doeu muito ...
Além do encanto da sua música, da sua voz e da sua língua crioula - no dia seguinte o CD Luz já tocava no meu auto rádio - Nancy trouxe alegria, saúde e paz, pa' tod' mundo
À Nancy Vieira e à óptima banda que a acompanha: BRAVO!

(corrigido)