Desde adolescente que sou viciado em livros de canções. Havia aqueles só com as letras das músicas. Estou-me a lembrar agora de livros do David Byrne e de James Morrinson terem sido muito especiais na minha cabeceira. Nos tempos de juventude e de típica rebeldia.
Os primeiros livros com a partitura e os acordes da guitarra que levei para casa foram os dos Pink Floyd e dos Beatles. Aliás, foi com eles que aprendi a tocar a viola (se é que alguma vez soube).
Também foi importante a esse nível o Real Book, que reune a melodia e a harmonia dos principais stardards de Jazz, uma ferramenta indispensável aos aspirantes deste estilo singular.
Mais tarde comecei a adquirir os Songbooks, de Almir Chediak, da Editora Lumiar, que considero ser o mais perfeito trabalho dentro do género. Reflectem com a maior transparência a música popular brasileira e os seus principais autores, com grande destaque para a Bossa Nova. As canções e a melhor composição de nomes como João Donato, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, João Bosco, decompostas ao mais delicado pormenor, graças ao engenho e labor de Almir.
Em Maio de 2003, Almir Chediak foi estúpida e barbaramente assassinado após um assalto. Uma notícia chocante, uma perda irreparável para a teoria da MPB, que me desolou particularmente.
Isto tudo vem a propósito do Songbook de Rui Veloso que saiu no final do ano passado. É uma compilação dalgumas das melhores canções do autor, desde o primeiro álbum Ar de Rock (1980) ao último Espuma das canções (2005). Recentemente apareceu também os de Sérgio Godinho e de Mafalda Veiga. Finalmente! É um bom começo. Mas há muito a fazer na recolha, transposição e compilação da canção popular portuguesa - chamemos-lhe assim - actual. Porque não um songbook de José Afonso? Ou Fausto?
O fenómeno chega tarde ao nosso país, seguramente por falta de quem aposte no género. Também é provável que este atraso se deva ao preconceito dos nossos criadores. Quase como aquele que esconde a mão para ninguém perceber como ele toca.
É um erro. Os grandes génios não têm nada a esconder, pelo contrário, têm gosto em partilhar o seu saber. Para o compositor nada há mais reconfortante do que outros poderem ler, tocar e interpretar a sua música, tornando-a eterna.
Na música clássica, a partitura é um registo indispensável, porque não o há de ser na música popular, porventura, bem mais simples de transcrever.
terça-feira, janeiro 29, 2008
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