sábado, junho 30, 2007

Donde vem o socialismo?

Vale a pena ler na íntegra a entrevista de Diogo Freitas do Amaral, à Visão desta semana.
Cada vez admiro mais este homem, não só pela vasta obra de que é portador e continua a incrementar, e de que maneira, como pela identificação com o seu pensamento político. Quem diria ...? Este excerto responde um pouco à minha surpresa.

[...]
Ainda se considera «equidistante» do PS e do PSD, ou já não?

Considero-me mais próximo do actual PS que do actual PSD. O PS evoluiu e hoje está mais aberto a viver em economia de mercado, num mundo globalizado, do que há 30 ou 20 anos. E o PSD também evoluiu, mas adoptando teses neoliberais, importadas dos EUA, o país mais rico do mundo, onde há uma percentagem elevada de pessoas a viver abaixo do limiar da pobreza e sem o menor apoio do Estado, através da Segurança Social e de um Serviço Nacional de Saúde. Estas receitas não se podem nem devem aplicar na Europa, em geral, e em particular em Portugal.

E dadas as suas "preocupações sociais" ...

Que não vêm de Marx mas dos Evangelhos da doutrina social da Igreja, clarinha como água, hoje só posso estar próximo do PS [...].

13 comentários:

Rui Guerra disse...

O cardeal Guterres agradeceria se ainda fosse secretário geral.
Bem, por este andar qualquer dia teremos a Maria José Nogueira Pinto também socialista...

rb disse...

E então? Tens alguma coisa contra a Zezinha?

Rui Guerra disse...

Longe de mim, revejo nela todo o meu lado conservador.
Acho piada este encantamento do PS pela dita senhora...
Há uns meses, a porpósito da IVG, nem se podia falar nela e na sua coerência, agora tudo mudou.

Anónimo disse...

Ó rui guerra!!! Essa senhora é do melhor que há.... e quando as comadres se zangam...

Não vês o caso das escritoras mais mediáticas do país. Tão amigas que eram e quando o tacho não chega para todas, zangam-se.

Rui Guerra disse...

se calhar não me fiz entender. eu aprecio bastante o pensamento político e sobretudo, a coerência desta senhora. Se bem me lembro, já o escrevi num post a propósito da sua saída da CML

rb disse...

"Acho piada este encantamento do PS pela dita senhora..."

Mas foi ela quem se mostrou disponível para apoiar o PS/António Costa e seria uma burrice não aproveitar a sua mais valia, atento o seu percurso na CML.
Na IVG, só tinham é que estar em desacordo, são questões completamente diferentes e que se compreende bem a divergência.
Não percebo onde está o teu espanto ou agora tudo te serve para zurzir no PS ...

Anónimo disse...

"...tudo te serve para zurzir no PS ... "

Acho que é mais isto!!!

Rui Guerra disse...

não é nada.
o PS não precisa das vossas dores, nem precisa de seduzir a Maria José Nogueira Pinto. A sua sedução está associada a uma jogada política (de baixo nível) de captar votos de CDS, desiludidos pelo seu afastamento e pela entrada em cena do Paulo Portas.
O trabalho para a baixa-chiado efectuado pela ex-vereadora é efectivamente muito bom. Tenho pena que o PS não consiga apresentar ideias semelhantes (ou perto disso), sobre Lisboa. Recorrer a Nogueira Pinto é uma simbiose de ambos os lados, a posição da senhora também é cómoda, não cair no esquecimento partidário e mostrar-se à direita. Faz o mesmo percurso de outros? Penso que não. A sua dignidade não o permite? Tenho dúvidas. Os próximos meses serão importantes para definir o seu percurso.
Agora, é por estas e por outras que o PS merece ser criticado. Ou estará esse Partido acima de qualquer crítica, amigo RB? e já agora, Vigoras? Aliás caro RB, podes pedir um cartão de militante o teu seguidismo é absoluto!!!!

Anónimo disse...

Nada está acima de qualquer critica... muito menos o PS, com o qual não tenho qualquer afinidade, enquando partido.

Mas que é um nicho de oportunidades e um ressurgimento de oportunistas, lá isso é... e como está na frente, é o que está na berlinda.

Aliás, só se fala tanto neles porque são os que estão à frente. Eu cá sou como uns que eu conheço... sou da oposição. É mais fácil, e não preciso mostrar trabalho. E a opinião publica e/ou blogosfera não o sabe avaliar, logo, nem sequer fala dele.

Assim, estou sempre na boa...!!!

rb disse...

Guerra,
Olha que é ...
Para seres justo devias ao menos dizer que o namoro partiu da Zezinha que disse poder ir votar em António Costa e que os melhores estavam na equipa dele.

"O trabalho para a baixa-chiado efectuado pela ex-vereadora é efectivamente muito bom."

Então se é (e até ficou por concluir) porque não aproveitá-lo?

Eu acho que esta atracção dos democratas cristãos pelo PS é muito bem explicada pelo professor Freitas, assim regressando ao post.

rb disse...

Vigoras,

Concordo contigo, desde que seja construtiva, a oposição é necessária.

rb disse...

As razões pelas quais defendo e apoio o actual governo PS são conjunturais. O país precisa de capacidade de liderança e Sócrates tem-na. Precisa de estabilidade política e a maioria absoluta e a consonância de ideias com o PR nas questões essenciais conferem essa estabilidade. Só assim é possível prosseguir as reformas estruturais fundamentais para que o país não continue eternamente adiado. Aliás, não acredito que um governo de direita tivesse condições para tomar mediadas tão impopulares como este governo tem tomado. E no futuro, irá ser muito difícil reunir condições tão favoráveis a implementação de reformas como agora há.
Claro que o governo comete erros, que os ministros fazem asneiras, que o PM não é nenhum super-homem, etc. E claro que há coisas nojentas que me fazem desacreditar da política e que me afastam dela. Por isso mesmo, não quero nenhum cartão e preservo a minha independência.
Eu tento ser acima de tudo prático. Do mal o menos.

Rui Guerra disse...

esclarecido!
(nem tu sabes o nojo que é a política partidária! também tem um lado interessante mas, é um caminho sinuoso, no qual tem que se comer muita coisa desagradável.)