sábado, abril 07, 2007

O equilíbrio instável

Não ver o rosto, o corpo, o cenário, o ambiente em que tudo se passa e só ouvir a voz dos interlocutores torna ouvir rádio em algo misterioso. É também uma boa amostra do poder da voz na comunicação.

Lembro que o Flash-back, que é agora Quadratura do Círculo e sem o José Magalhães, era uma das minhas companhias de viagem preferidas, nos meus tempos de estudante universitário em que ia todos os dias para o Porto.

Agoro, que ando pouco de carro e tenho pouca oportunidade para o rádio, ainda vou ouvindo alguns bocados de programas. Pela manhã, é o caso de Há vida em Markl ou O amor é ..., na Antena 1 e na 3, e ao fim da tarde, no regresso a casa, de Pessoal e Transmissível, na TSF, ou a Prova Oral, na Antena 3, .

Ao Sábado de manhã costumo ouvir Alma Nostra, que são conversas muito eloquentes e descontraídas entre Carlos Magno e o professor Amaral Dias, que falam sobretudo de política. Como as cerejas, agarram-se umas às outras de forma fácil e inesperada, as conversas.

Hoje, neste programa, tentando classificar a actual situação política que o país vive, Carlos Magno invocou o princípio do equilibrio instável. Achei uma analogia bem apanhada. Segundo este princípio da Física, o equilíbrio instável faz pressentir que algo o vai destruir de repente. Tão serenos como atentos, aguardemos, pois, o que aí vem.

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