Embora nascido antes do 25 de Abril, era uma criatura demasiado inocente para poder vivê-lo ou sequer dele me aperceber. Ou seja: - "Onde é que tu estavas no 25 de Abril?" - Era novo e não me lembro. Responderia. Pertenço, pois, à geração que não conviveu de perto com a ditadura de Salazar ou mesmo com a sua versão mais soft e final de Marcelo Caetano.
Na escola, a noção também não foi a melhor. Este período era pouco desenvolvido quer pelos professores quer nos próprios manuais escolares, onde tocava-se ao de leve em assuntos como a censura, a perseguição, a repressão, a prisão, a tortura, assassinato e tudo mais que se fazia durante o Estado Novo. Algum preconceito histórico, talvez.
Apesar dessa minha lacuna, acho que diante de tudo aquilo que se sabe: através de anteriores gerações, dos livros, dos jornais, das televisões, penso que é um absurdo e até ridículo comparar esses tempos com os vividos actualmente.
É verdade que houve e ainda há uma grande desilusão em relação à concretização dos ideais da revolução. O "em cada esquina um amigo, em cada rosto a igualdade" foi aos poucos perdendo sentido. E não devia perder.
Só que por muito viciado que seja este actual regime, usufruir da liberdade e do poder de dizer ou expressar tudo aquilo que sentes ou pensas penso que faz toda a diferença e, já agora, também votar, às vezes também faz jeito.
quinta-feira, abril 26, 2007
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