terça-feira, março 27, 2007

Ravi Shankar, Alla Rakha - Tabla Solo in Jhaptal

Este fim-de-semana comprei um disco fantástico: Vision of Peace, The Art of Ravi Shankar, da conceiptuada Deutsche Grammophon .
Ravi Shankar é um músico reconhecido mundialmente e que dispensa apresentações. Quem não se lembra da sua famosa parceria com o George Harrison, dos Beatles, em Within You Without You, a 1.ª faixa do lado B do best seller Sgt. Pepper's Lonely Heart Club Band.

A música indiana é baseada em ragas que são formas melódicas. Existem milhares de ragas: são de origem ancestral e procuram representar determinadas emoções. Apesa dos raga ser um conjunto de rígidas regras musicais não se confunde com os modos e as escalas características da nossa música ocidental.
A música indiana não tem harmonia, contraponto, tonalidade ou modelação, ela é apenas e tão só melodia e/ou ritmo, mas estes dois elementos são de extrema complexidade.
As melodias tocadas na sitar de Ravi Shankar, tal como os cânticos orientais, soam-nos a algo estranho. Porquê? A razão principal é porque a escala que eles utilizam é mais abrangente. Na escala temperada ou ocidental o intervalo mais curto entre a altura de duas notas é o de meio tom. Ao passo que a escala oriental tem intervalos mais curtos do que esse meio tom. É isto que torna as melodias deles mais complexas e difíceis de executar.



Além dos ragas que formam as melodias há também os talas, que são o equivalente rítmico daqueloutros. Os ritmos por mais complicados que sejam devem poder ser cantados. Se não consegues canta o ritmo não o consegues perceber nem executar.
Neste vídeo, Ravi Shankar, faz uma pequena demonstração do que são os talas, mostrando por exemplo que cada pancada na tabla corresponde a uma sílaba falada.

A música de Ravi Shankar é incrível porque foge a todos os estereótipos a que estamos habituados. Sons novos para descobrir, ouvir e sentir.

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