Peço às altas competências
Perdão, porque mal sei ler,
P'ra aquelas deficiências
Que os meus versos possam ter.
Julgam-me mui sabedor;
E é tão grande o meu saber
Que desconheço o valor
Das quadras que sei fazer!
Quem me vê dirá: não presta,
Nem mesmo quando lhe fale,
Porque ninguém traz na testa
O selo de quanto vale.
Sou humilde, sou modesto;
Mas, entre gente ilustrada,
Talvez me digam que eu presto,
Porque não presto p'ra nada.
Não sou esperto nem bruto,
Nem bem nem mal educado:
Sou simplesmente o produto
Do meio em que fui criado.
Não sei se sei: sou dos tais
A quem pouco saber cabe;
Mas sei que é saber de mais,
A gente saber que sabe!
O tal Aleixo, o poeta,
Que dizem ser de Loulé,
É uma figura incompleta
Sem o Magalhães ao pé.
Vim ao mundo sem saber
Que vinha a ser o que sou;
Agora morro sem querer
E sem saber para onde vou.
Os meus versos o que são?
Devem ser, se os não confundo,
Pedaços do coração
Que deixo cá, neste mundo.
Do Grupo do Amigos do Lugar ao Sul
quarta-feira, março 14, 2007
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