Daquilo que ontem vi da Grande Entrevista ao PGR, Pinto Monteiro, gostei. Sinceramente.Antes de mais, devo dizer que são engraçadas estas entrevistas em que a entrevistadora, perfeitamente ciente de que o entrevistado não pode, nem deve responder a determinado tipo de perguntas (Ex: "acha que o Pinto da Costa vai acabar por ir para a cadeia?") , não se coíbe de estar constantemente a fazer-lhe desse tipo de perguntas.
O que mais me impressionou neste novo PGR, é a diferença de estilo, quando comparado com o seu antecessor imediato, que poucas saudades deixou, como é sabido.
A bonomia com que Pinto Monteiro encarou todas as perguntas, mesmo as mais subtis e incómodas. Prestou-se a responder sempre, mesmo que nada tivesse ou podesse falar sobre o assunto. A forma natural como disse que o MP não tem qualquer intuito persecutório de incriminar quem quer que seja e que tanto se faz justiça acusando como arquivando. O acompanhamento e o interesse que revelou pelos principais casos judiciais. A ideia que faz da justiça e dos seus principais operadores, sem bodes expiatórios, sem visões catastróficas, sem cabalas.
Enfim, o novo PGR revelou um olhar sincero, tranquilo, confiante e confiável, o que me apraz particularmente.
Ainda é cedo para avaliações mas, para já, promete um bom desempenho!
7 comentários:
A nomeação da "justiceira" Maria José Morgado, para o processo "Apito Dourado" é um acto de grande inteligência - desculpa insistir no assunto.
Em primeiro lugar porque a mantém calada, acerca de outros assuntos em que a senhora gosta sempre de opinar, não respeitando hierarquias, nem o funcionamento da instituição. Contudo, o resultado da reabertura do processo, mesmo em caso de arquivamento, é sempre um vitória para o MP, colocou os seus melhores homens em acção e se se verificar não haver prova, pois arquive-se e feche-se de vez o processo. Caso contrário, o MP terá uma nova vitória, esta de maior impacto na credibilidade da justiça.
Pode ser que esse desfecho, sirva para reformular a PJ e colocá-la dentro da esfera do MP, para evitar fugas de informação e condenação "em praça pública" de inocentes, ao pequeno indício, mesmo com provas pouco suportadas, não será?
A "justiceira", tal como o seu marido noutro plano, é uma pessoa incómoda ao sistema porque diz aquilo que toda a gente sabe existir mas que ninguém se atreve a dizer à boca cheia.
Quando colocada em funções de alta responsabilidade apresentou resultados.
Tem créditos reconhecidos na investigação da criminalidade de alto coturno.
É, portanto, a pessa certa no lugar certo.
Aguardemos, pois, pelo fim dos inquéritos para chegarmos às conclusões sobre o acerto da estratégia.
Quanto às recorrentes violações do segredo de justiça, são graves e a responsabilidade do MP e da PJ não devia ser escamoteada, como sempre acontece. É o velho problema: quem investiga o investigador?
Se bem percebi o teu comentário final, não me acredito que esse problema fosse resolvido com uma (mais uma) lei orgânica da PJ ou do MP. Porque haveria?
analisa friamente os grandes processos da justiça portuguesa dos últimos anos: com a direita no poder, envolve-se pessoas do PS em processos duvidosos - tipo casa pia; quando é o PS no poder, cria-se problemas à direita, portas-moderna, bragaparques - psd lisboa; etc...
Talvez ... mas não sou muito de alinhar em teses de cabalas à cerca do MP.
O caso Bragaparques foi despoletado pelo deputado do BE, não creio que algo de diferente acontecesse se estivesse o PSD no governo.
O casapia é um processo totalmente diferente.
Os mandatos dos PGRs atravessaram vários governos, de cores diferentes.
Julgo que essa tendência, que afirmas, não será assim tão nítida.
e vai daí a CM de Salvaterra de Magos, tutelada pelo BE, passa a ser investigada...
o processo bragaparques é bastante antigo, embora haja muito mérito do JSF, não é sem mais nem menos que agora ganha esta força, para descredibilizar completamente o PSD e o pequeno Marques Mendes.
" ... não é sem mais nem menos que agora ganha esta força ..."
Pura especulação.
a especulação não é minha... é da PJ - assim provará a justiça!
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